Cidade Quintal é uma organização que trabalha diretamente com a ressignificação de espaços e territórios urbanos. Através de ações que vão desde a pesquisa e vivência com os moradores locais, é proposto um projeto artístico/cultural que visa a sensibilização dos moradores e passantes da região em que atuam. Depois de 2 anos, eles retornam ao mercado da Vila Rubim para mais um projeto.
A Vila Rubim é o mercado popular mais antigo e tradicional de Vitória. Os ofícios ali são passados de pai para filho que já possuem muitas gerações de ocupação do espaço. O grande atrativo da Vila é a sua diversidade de comércios onde é possível encontrar desde alimentos, utilidades do lar, artigos de pesca, grãos, temperos, artesanatos e artigos religiosos de matriz africana, espalhados de forma orgânica em meio a ordem do caos urbano.
E a Peixaria é mais um componente dessa diversidade, situada em um edifício público histórico próximo da ponte Florentino Avidos apelidada de Ponte Seca, pois ali era um local que a água tangenciava a ilha de Vitória, que teve muitos aterramentos de áreas de mangue ou alagadas na década de 70.

Edifício da Peixaria na Vila Rubim com a nova pintura: "Peixe fresco de segunda a segunda". Foto: Francisco Xavier

Peixaria. Foto: Francisco Xavier

Tempero moço? Foto: Francisco Xavier

Cantou de galo. Foto: Francisco Xavier

Borracharias. Foto: Francisco Xavier

Oficina do Vizinho. Foto: Francisco Xavier
Além da tradicional peixaria, nesse edifício também funcionam o Aviário e Abatedouro, Borracharia, Gráfica de Impressos, Oficina de Eletrônicos e também é moradia de algumas famílias. Ou seja é mais uma diversidade dentro do contexto da Vila.
As fotos, assim como o trabalho da Cidade Quintal, extrapolam o campo da pintura e abrangem o entorno do edifício da Peixaria, com seus temperos e tradições impregnados pela história urbana de Vitória. Também mostram o processo de pintura que durou cerca de 3 meses: tempo em que as relações foram construídas na convivência com os trabalhadores envolvidos ali. Cada diária era um cantinho novo descoberto, cheio de histórias e labirintos.
O trabalho consistiu em quatro etapas de pintura cujo tema correspondia a uma face do edifício. A primeira fase foi realizada no Aviário e Abatedouro e possuía uma temática que correspondia ao ofício com aves estampando toda fachada.

Equipe. Foto: Francisco Xavier

Processos. Foto: Francisco Xavier

Processos. Foto: Francisco Xavier

Processos. Foto: Francisco Xavier

O pintor e grafiteiro Ed Brown. Foto: Francisco Xavier

Fazendo a limpeza das gaiolas. Foto: Francisco Xavier

Aviário. Foto: Francisco Xavier







A segunda etapa foi a face onde se encontram os ofícios das borracharias, loja de consertos eletrônicos e a gráfica de impressos. Ali por ser a fachada que limita com a Ponte Seca foi feita a alegoria das águas, um tempo em que os catraieiros em seus botes buscavam os alimentos e faziam o transporte de pessoas da Vila Rubim até a Ilha do Príncipe.











A terceira e quarta etapa tiveram a temática da peixaria. A face que está virada para a Ponte Seca da continuidade a alegoria das águas, enquanto que a face que da para a rua tem a temática dos peixeiros e outros trabalhadores como os carregadores de gelo e as vendedoras de temperos. Quem alguma vez já foi nessa peixaria, com certeza ao sair de lá ouviu a pergunta: "Tempero Moço?"










